A história da
minha pintura não pode separar a trajetória da minha vida. Iniciei a pintura aos 12 anos
de idade em atelies livres em Sete Lagoas (MG), minha terra natal, pintando flores e
paisagens mineiras.
Em 1978 entrei para Escola Guignard onde cursei Artes Plásticas até
1982. Trabalhei na restauração do Museu Mineiro onde aprendi a resgatar a memória da
pintura do século passado, ofuscada pela brutal massa acrílica.
Dei um intervalo de 10 anos com a pintura.
Voltando em 1992, quis resgatar o tempo, fazendo pintura em atelies
livres de professores da Escola Guignard, participando também do Festival de Inverno pela
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais, em Ouro Preto (MG).
Passei por uma fase de transição do figurativo ao abstrato, mas não
fugindo das ruas de memória as quais pintei vários anos.
Daí surgiu a série Catedrais com uma nova linguagem.
As telas possuíam um mistério insondável na presença das múltiplas
Catedrais. Tive o propósito de dissecar o tema e o fiz com afinco.
Viajando pelo México, tive a oportunidade de conhecer a pintura de
Rufino Tamayo. Fiquei alucinada pelo seu esquematismo refinado, pela contemporaneidade de
sua obra e harmonia de seu colorido. Fiz homenagens ao pintor, trabalhando o tema
"Personagens Maias".
Como disse Paulo Freire em 1978, num livro dedicado ao Mestre Alberto
da Veiga Guignard:
"Quando o ser humano percebe estas situações limites como a
fronteira entre ser e ser humano, começa a trabalhar de maneira cada vez mais crítica,
para alcançar o possível ainda não experimentado. Pois, à libertação não se
chegará por acaso, mas pela práxis de sua busca."